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Crítica | Klonoa Phantasy Reverie Series

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Videogames e nostalgia andam de mãos dadas. Tantos remakes e remasters por aí e aquela vontade de jogar algo que não é do seu tempo, ou fez parte do seu passado acaba sempre vindo à tona em algum momento. E o mercado percebeu isso, tanto que a Bandai Namco acaba de lançar a coletânea Klonoa Phantasy Reverie Series.

Esquecido no churrasco

Acho que é normal achar que os melhores anos das nossas vidas dentro do universo dos videogames ficaram no passado. É o poder da nostalgia mexendo com a lógica do seu cérebro, que prefere se prender a uma memória real a sonhar com o futuro incerto.

Klonoa é um desses personagens que nasceu numa das maiores guerras entre marcas desse universo gamístico. Eram tantos lançamentos, tantas empresas tentando se destacar no cruel mundo dos videogames que as coisas acabaram ficando um pouco bagunçadas.

Originalmente lançado no PlayStation, Klonoa nasceu das mãos de Hideo Yoshizawa, que dirigiu o game quando trabalhava na Namco. Disse o diretor numa entrevista que este era o seu décimo projeto (o mesmo já havia trabalhado também em Ninja Gaiden, a série original) e que ele havia começado o projeto pois sentia-se descontente com os demais jogos do mercado.

Charme retrô

De fato, Klonoa explora as nuances de um jogo de plataforma 3D, mas sem necessariamente ser 3D. Talvez a melhor descrição seja, de fato, 2.5D, já que a ação lateral é predominante e não temos aquele tipo de desafio insano de plataformas tridimensionais como as de Crash Bandicoot, por exemplo.

Fato é que gráficos sempre são os primeiros a serem notados pelos jogadores, e o estilo visual de Klonoa era um “vislumbre do futuro do gênero” na época. No entanto, como todos sabemos hoje, os polígonos criados para o PSX e o tempo não são amigos. Não é como se estivéssemos ainda no âmbito dos sprites, que ficam mais charmosos a cada ano que passa. Some isso às novas televisões 4K OLED e alcance um resultado catastrófico.

O remaster de Klonoa dá um up no visual, mas não o transforma completamente. Ele ainda dá a opção de um filtro retrô que não sei bem se vale a pena mesmo utilizá-lo, mas está lá. É possível experimentar os dois jogos da coletânea ao mesmo tempo e experimentar a diversão clássica com vidas contadas ou infinitas.

Não que Klonoa seja um game difícil, muito pelo contrário. Ele é direto ao ponto e mesmo os colecionáveis são passíveis de serem adquiridos na primeira run pela fase, sem a necessidade de explorarmos novamente fases já vencidas.

A opção de acelerarmos as cutscenes dá aquele help aos mais apressados ou viciados em speedrun. E claro, na hora de tirar um pouco a tensão de ficar morrendo o tempo todo e revendo sempre a mesma coisa toda hora (não acontece muito, mas vai saber, né).

Dois jogos em um

Como dito anteriormente, na coletânea estão reunidos os dois lançamentos para PlayStation: Klonoa Door to Phantomile, lançado em 1997, no PSX; e Klonoa Lunatea’s Veil, lançado no PS2 em 2001.

Elogiados tanto pela crítica quanto pelo público, já existiram algumas tentativas de relançamento de jogos da franquia em outros momentos. Lá em 2008, Phantomile teve sua chance no Wii, e apesar do remaster impecável, foi um fracasso de vendas.

Inclusive, a versão de Phantomile em Reverie Series é praticamente a mesma do Wii, com exceção dos diálogos falados em inglês – criadas para o jogo do console da Nintendo, que deixavam de lado os “barulhinhos” que Klonoa e os demais personagens do game faziam ao conversar – e o layout da barra de vida entre outras coisas, refeitas para o remaster da época (e diferentes aqui mais uma vez).

Lunatea’s Veil continua sendo um dos melhores jogos de plataforma já lançados e o seu relançamento pode atrair uma nova legião de fãs, que não vivenciaram a experiência no PS2. O game segue mais ou menos a mesma direção de Phantomile, com alguns acréscimos bem vindos (as fases com prancha, por exemplo).

Klonoa Phantasy Revierie Series dá uma recapeada num clássico esquecido (pela própria Bandai Namco, inclusive) e merece a sua atenção. Bons remasters estão na moda, e continuarão a serem sempre bem vindos desde que não sejam caça-níqueis baratos.

■ Jogo: Klonoa: Phantasy Reverie Series  ■ Publicação: Bandai Namco  ■ Desenvolvedora: Monkey Craft
■ Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Series X / S, PC, Nintendo Switch   ■ Lançamento: 08/07/2022

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