Nem mesmo nos maiores devaneios de Sam Raimi ele poderia imaginar que seu filme “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio” seria responsável por uma revolução cinematográfica e arrecadaria uma legião de fãs ao seu redor. E hoje, mais de 40 anos depois, ganharia um jogo de videogame que faria jus ao seu legado.
Vença o mal
Evil Dead: The Game é um desses jogos multiplayer assimétricos, ou seja, você e mais três amigos unem forças para enfrentar um quinto jogador, que sozinho assume as forças do mal e fará de tudo para derrotá-los.
O mesmo tipo de gameplay é encontrado em jogos como Dead By Daylight, sucesso avassalador do mercado. Mas em Evil Dead as coisas são um pouco mais violentas, porque os sobreviventes podem (e devem) esmurrar, cortar, esburacar, eliminar qualquer traço de força maligna que ele encontrar pelo caminho num tempo máximo de 30 minutos, que sempre são muito intensos.
Se por um lado temos o formato assimétrico de DbD, do outro podemos encontrar um pré-jogo muito similar aos famigerados “battle royale”, em que os jogadores precisam vasculhar pelas redondezas em busca de equipamentos e itens que subam o nível do jogador. Ao todo são quatro momentos importantes durante a partida. A fase de preparação, na qual jogadores de ambos os lados saem em busca de recursos; a fase de procura pelo mapa, com dicas deixadas num toca fitas; de posse do mapa, agora é preciso recuperar a adaga de Kandar e as páginas perdidas do Necronomicon; e por fim, invocar o livro dos mortos e sobreviver ao ataque final das forças do mal.
Uma batalha contra o relógio
Farmar equipamentos e upgrades não pode consumir muito o tempo da partida. Até a recuperação da adaga de Kandar e das páginas do Necronomicon, um tempo limite precisa ser respeitado, caso contrário, os sobreviventes falham antes mesmo de tentar.
Cada item demanda um certo tempo no seu resgate, e os jogadores precisam ficar próximos deles para que consigam a vitória momentânea. Depois desse momento, aí sim é hora de farmar sem limites, mas sempre pensando que, quanto mais tempo você demorar, mais forte ficará o demônio também. E você não vai querer enfrentar um demônio no nível máximo na horda final.
É preciso tomar muito cuidado com a sua barra de medo. Quando cheia, ela dá a chance do jogador que está como demônio de possuir o corpo dos jogadores. Quando isso acontece, os demais precisam lutar contra o companheiro de time para exorcizar o demônio de dentro do corpo de cada possuído. Para evitar as possessões, basta diminuir a sua barra de medo ficando perto de fontes de luz (sejam tochas, luzes ou fogueiras no meio do mato).
Morrer não é problema (quer dizer…)
Morrer em Evil Dead: The Game é inevitável. Mas não é o fim – quer dizer, se o jogador não morrer no endgame da partida ainda há uma chance. Quando derrubado, cada sobrevivente pode socorrer o colega. Caso não dê tempo, ele pode recuperar sua alma e partir em busca de um altar de ressurreição para trazê-lo de volta à vida.
Isso, inclusive, é uma coisa que o jogador que estiver como demônio precisa ficar atento: não vale a pena se preocupar com o resgate dos sobreviventes antes do endgame da partida, caso contrário o jogador vai perder um tempo precioso de grinding para subir de nível na malvadeza (aqui também tem meta, viu??).
Já no final da partida, quando o Necronomicon estiver livre para ser invocado, os jogadores precisam sobreviver por cerca de dois minutos até que tudo acabe. Uma tarefa não tão fácil caso seus personagens estejam sem nível para aguentar as hordas inimigas.
E como demônio, o jogador precisa escolher entre eliminar as quatro ameaças ou destruir o livro. São dois minutos e essa escolha faz toda a diferença na hora de se dedicar numa tarefa. Não dá tempo de fazer os dois quase nunca.
Sobreviventes fortes
Todos os bonecos selecionáveis do jogo são distribuídos em classes específicas. Líder, caçador, guerreiro e suporte. Em todas as classes é possível escolher um Ash diferente (perfeitamente espelhado em cada uma das versões vividas por Bruce Campbell durante os anos).
Os demais personagens também são inspirados em personagens que apareceram nos filmes e série da franquia. Porém, praticamente ninguém vai lembrar desses secundários além do Pablo e da Kelly, da série Ash vs. Evil Dead.
Assim como os sobreviventes, os demônios também são inspirados em momentos da franquia. Temos a Henrietta, que comanda zumbis que vomitam nas pessoas; Eligor, o mestre da eletricidade; e o Ash Malvado, líder do exército de esqueletos.
Todos os personagens possuem um sistema de nível e destravamento de habilidades. Os humanos alcançam nível 25, enquanto os monstros vão até 45. O sistema de upgrade é mais ou menos o mesmo de Dead By Daylight, com pontos acumulados por monstro ou a utilização dos pontos de nível da conta do jogador.
Vale a pena ressaltar também que o game pode ser jogado sozinho também. Existem algumas missões para um jogador que destravam personagens para o game, além de partidas contra a IA, mas que não rendem pontos de experiência (a menos que seja quatro jogadores contra uma IA).
Evil Dead: The Game é divertido e ainda conta com o sistema de crossplay para as partidas. É possível jogar com qualquer pessoa em qualquer plataforma, seja via Epic, ou PS4, PS5, Xbox One ou o Series X/S. Se não for abandonado pela Saber Entertainment, deve cair no gosto da comunidade assim como outros multiplayers assimétricos do mercado.
■ Jogo: Evil Dead: The Game ■ Publicação: Boss Team Games ■ Desenvolvedora: Saber Entertainment ■ Plataformas: PS4, PS5, XBox One, Xbox Series X|S, PC ■ Lançamento: 13/05/2022
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