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Crítica | Harvestella vale a pena?

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Quando Harvestella foi anunciado, confesso que não entendi muito bem que tipo de jogo eles estavam tentando criar, já que os primeiros trailers eram meio confusos, misturando elementos de simulador de vida, “fazendinha” e RPG de ação.

Mas depois de começar a jogar ficou claro pra mim de que se trata de um jogo híbrido, tentando mesclar diferentes estilos de jogos para criar algo diferente e único.

Conseguir criar algo inovador e ao mesmo tempo alcançar aquela excelência que os jogadores esperam dos jogos da Square Enix é uma tarefa difícil de se alcançar. Será que Harvestella chegou lá?

Tudo era mato por aqui

A simpática aldeia Lethe será o seu lar durante a jogatina.

Logo de cara somos apresentados ao amplamente utilizado em JRPGS: Protagonista misterioso com amnésia. Ele desperta nas imediações de uma aldeia pequena chamada, Lethe. Quando o protagonista chega à vila de Lethe ele aprende rapidamente dos aldeões sobre o Quietus, que nada mais é do que uma estação do ano (assim como primavera, verão outono e inverno) onde nada floresce. As plantas secam, os animais morrem e as pessoas da vila geralmente passam por muitas necessidades durante o Quietus.

A estação da morte Quietus é um problema para os aldeões.

Para piorar a situação ainda existe a ameaça dos Omens, que são criaturas revestidas por poderosas armaduras que estão aterrorizando a região e estudando os misteriosos cristais que controlam as estações do ano o Seaslight.

Mas não para por aí não, no meio de toda essa baderna o protagonista ainda acaba se deparando com a misteriosa Aria, uma garota que afirma ser uma viajante do tempo, SIM, é isso mesmo que vocês leram, tem viagem no tempo envolvida no enredo de Harvestella.

Aria afirma ser uma viajante do tempo.

Depois de tudo isso o protagonista resolve se juntar a Aria para resolver o mistério dos cristais das estações e tentar pôr um fim no sofrimento do povo da aldeia de Lethe.

Mas como está o jogo?

Você pode customizar a aparência do seu personagem principal.

A primeira coisa que você pode fazer é criar e customizar o seu próprio personagem e você  tem uma boa liberdade para mexer nele, porém com opções limitadas. Você pode escolher seu pronome (masculino, feminino e não binário) que é uma adição muito bem-vinda ao jogo (representatividade importa muito pessoal).

Você pode mudar a tonalidade de pele e a cor dos cabelos do personagem.

No total são 8 modelos de personagens para escolher (4 masculinos e 4 femininos), você pode mudar tonalidade de pele, escolher a voz e mudar o tipo e a cor dos cabelos.

Eu adoro poder customizar meus personagens em um RPG que vou passar boas horas jogando, mas fiquei chateado pela quantidade limitada de opções de customização que eles colocaram no jogo.

Tá, mas e a fazendinha?

A fazendinha é uma das principais atividades do jogo.

Em Harvestella a passagem de tempo é dividida entre dias e estações. O protagonista acorda as 6 da manhã (pois é, por que tão cedo?) e precisa retornar ao seu quarto até a meia-noite. Você pode é claro, ignorar o toque de recolher ou acabar esquecendo do tempo, lutando contra inimigos, mas nesse caso você pode acabar acordando no dia seguinte ao meio-dia na cama do seu quarto com uma senhora conta da médica da aldeia para pagar.

Basicamente você tem três tipo de atividades principais que pode fazer durante os dias, que são: Cuidar da fazenda, interagir e fazer missões secundárias para os aldeões e explorar masmorras.

Você precisa cuidar da sua plantação direitinho.

E apesar de você ter um tempo durante os dias para realizar as suas tarefas, não parece ter um fim propriamente dito para realizá-las dando muita liberdade para o jogador poder fazer as coisas no seu próprio ritmo.

A fazendinha é um dos principais aspectos do jogo, tirando uma coisa ou outra, você precisa cuidar da fazenda diariamente, dando mais ou menos atenção de acordo com o que foi plantado e da estação do ano.

Preparar e vender sua produção também faz parte do pacote da fazendinha.

Aqui não tem muita novidade, você recebe um pedaço de terra onde poderá preparar a terra com sua enxada, retirar pedras com seu martelo, plantar as sementes e regá-las todos os dias até a colheita. As colheitas podem ser usadas para criar receitas únicas que podem ser vendidas por dinheiro na vila e que pode ser utilizado para melhorar a fazenda, comprar novas sementes, melhorar novas armas e armaduras, comprar animais para a fazenda e montar uma cozinha mais elaborada para criar ainda mais receitas.

Tem lutinha também, né?

As lutas são o ponto baixo do jogo.

Infelizmente o sistema de batalha de Harvestella é o aspecto mais fraco do jogo. Existem 12 classes de personagens destraváveis durante o jogo e você pode equipar até três delas para usar suas habilidades durante os combates. Cada uma das classes tem habilidades especiais únicas que são melhores e piores para determinado tipo de inimigo. Não existe um botão exclusivo para esquiva ou bloqueio, tornando o combate muito simples e enjoativo depois de algum tempo.

Infelizmente nem o sistema de classes salva o combate.

Você também tem uma barra de fôlego que precisa ser bem administrada para que o personagem não fique sem fôlego no meio do combate. Para restabelecer o fôlego e a sua saúde você precisa comer, e comer te consome alguns segundos durante a batalha fazendo com que você precisa gerenciar bem seu tempo e seus recursos.

A comida é uma parte importante do combate.

Você tem outros personagens no seu grupo que são controlados por uma IA (inteligência Artificial), que ajudam um pouco, mas infelizmente a mecânica de batalha é bem limitada, lembrando um RPG de ação do começo dos anos 2000 pouco inspirado e bem genérico.

Vale a pena investir nessa aventura?

Apesar de tudo Harvestella é bem divertido.

Acredito que provavelmente a coisa mais estranha sobre Harvestella é que mesmo que nenhuma das mecânicas do jogo cheguem a ser mega inovadoras ou extraordinárias, me peguei me divertindo bastante com o jogo.

Você vai perder a noção do tempo jogando.

A experiência final acaba sendo muito satisfatória mesmo com todos os problemas de jogabilidade. Todo o ciclo de cuidar da fazendinha, ajudar os aldeões e batalhar nas masmorras me deixou muito interessado no jogo por horas (a ponto de esquecer de carregar o Nintendo Switch e a bateria acabar no meio da jogatina). Embora todos os aspectos do jogo acabem caindo no mediano pra bom, há muitas boas ideias aqui, mas um maior polimento delas poderia ter levado a um jogo muito melhor.

Harvestella pode demorar um pouquinho para engrenar, mas uma vez que você pega gosto pelo jogo é muito difícil parar, como um bom jogo de fazendinha.

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