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Crítica | Mulher-Hulk ep. 05: Muito potencial desperdiçado

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Mulher-Hulk sofre de um problema de indecisão. Agora em sua metade, parece ficar claro que o arco total do enredo é a história de como Jen Walters fará para se aceitar como Mulher-Hulk. Porém… será que a série já não tinha dado os sinais de que isso estava resolvido?

Bem, pelo menos o formato parece mais ou menos estabelecido, a essa altura. Temos, sim, quase uma estrutura de “caso da semana”, o que faz muito bem à série, principalmente em termos de variedade para o UCM. Depois de resolver o caso Abominável em duas semanas, tivemos o caso do mágico no episódio passado, e o caso Titânia neste. Porém, é curioso perceber que, além de o roteiro deixar todas as melhores piadas com outros personagens, e a Mulher-Hulk como o alvo delas, na maior parte das vezes, os casos também não são exatamente resolvidos pelo talento como advogada dela. Tudo bem, o caso do Abominável foi uma vitória da Jennifer, mas o caso do mágico foi solucionado com intimidação depois de matar demônios, e neste, ela nem era a advogada. Então, o que temos é uma comédia de tribunal cuja personagem principal não é engraçada e nem é advogada…? Muito esquisito.

E o pior é que a ideia do caso desta semana é boa. É bastante interessante explorar as questões de direitos autorais neste mundo cheio de super-heróis com codinomes. Será que eles funcionam como nomes artísticos? Quais as consequências de um cara simplesmente se autodeclarar “Homem-Aranha” e sair roubando bancos por aí? O Aranha pode fazer algo quanto a isso?

Claro, aqui, a ideia foi explorada de forma cômica, então não tivemos lá muito aprofundamento na reflexão, mas não se esperaria muito isso em Mulher-Hulk de qualquer forma. É pra ser engraçado, não uma tese de mestrado em Direito Autoral e Copyright. Mas também não foi exatamente engraçaaaaado. A Titânia de Jameela Jamil é a caricatura mais óbvia possível de um “influencer” e, na prática, além de não ter grandes piadas, ainda acaba se tornando uma chance desperdiçada de explorar um pouco melhor o status atual do mundo do UCM. Não que precisemos de uma história de origem para os poderes dela, mas esse é um mundo no qual uma mulher superpoderosa se torna influencer sem muita repercussão negativa (aparentemente) enquanto, em Ms. Marvel, a Controle de Danos caça “aprimorados”, e aí a coisa fica toda meio desconjuntada. Tá certo que Mulher-Hulk é quase uma paródia, então precisamos fazer algumas concessões, mas ele faz parte do mesmo universo que o resto dos filmes e séries Marvel, então essas perguntas são inevitáveis.

E, tudo bem, se é para fazer concessões, aqui vai mais uma: Jennifer não foi a advogada do caso da semana, mas foi dela que partiu a ideia da solução dele. Por outro lado, começa a surgir mais um padrão: já é pelo menos a segunda vez em que a argumentação surge num momento “eureka” durante uma conversa casual qualquer, como naquele clichê bobo de Doutor House, em que ele lembrava de testar uma doença porque ouvia algum comentário no refeitório que fazia ele pensar numa associação de palavras e chegar ao nome da doença. E pensar que Mulher-Hulk podia ser uma série bem escrita, com ótimos diálogos argumentativas em tribunal…

A trama B foi quase só encheção de linguiça: Nikki e Pug procurando roupas para a Jennifer. OK, nada de mais — ela de fato vai precisar de um uniforme de Mulher-Hulk, aquele roxo e branco que já apareceu em trailer, então é bom explicar — mas o “teaser” do Demolidor já fica um pouco desnecessário. Quer dizer que o Demolidor faz o uniforme dele com aquele cara?? Então tá…

No fim, foi um episódio sobre a aceitação da identidade “Mulher-Hulk” por parte da Jennifer, e, como já citei, eu realmente achei que isso já tinha acontecido. A direção criou esses símbolos, como na cena em que ela se vê no reflexo do carro, ou na entrevista mostrada de novo esta semana. Fica uma sensação de vai-e-vem estranha. Toda hora ela parece se aceitar, para depois voltar a ter vergonha de ser uma Hulk. E nisso, a personagem vai ficando cada vez menos divertida que seu elenco de apoio.

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