Crítica | Slipstream tira onda com os jogos de corrida do passado

Esse aqui é para quem gosta dos jogos de corridas antigos, que passou horas no Outrun fechando todas as rotas ao som de “Passing Breeze”: amanhã chega às lojas virtuais Slipstream, jogo brasileiro de corrida que tenta recuperar um pouco dessa nostalgia, adicionando elementos modernos à equação como drifts, rivais e alguns easter eggs bem divertidos.

Produção de um homem só

Slipstream foi produzido por um único brasileiro, Sandro Luis de Paula. O game logo chamou a atenção da publicadora indie Blitworks Games, que assumiu para si o papel de distribuir o jogo para as principais plataformas do mercado.

Sandro levou mais ou menos quatro anos para finalizar o game, e foi responsável pela criação do seu próprio motor gráfico e por todo o visual do game, que simula um ambiente 3D criado com pixels retrô. O resultado é uma mistura de saudosismo e ineditismo, já que o gameplay cria uma experiência bem diferente daquela encontrada nos jogos do passado.

Slipstream e muito drift

A técnica de pegar o vácuo do adversário à sua frente e ganhar uma velocidade extra para ultrapassagem dá nome ao jogo. Engraçado que esse nome já foi utilizado pela Capcom em 1995, em seu próprio jogo de corrida chamado de Slip Stream

A mecânica funciona muito bem, mas não é a principal – apesar do que o título do jogo possa sugerir. O que vale em Slipstream é você aprender a técnica de drift para não perder velocidade nas curvas e manter-se competitivo na disputa, seja contra adversários ou contra o próprio tempo de cada pista.

O drift é um elemento essencial para se dar bem no jogo. É ele quem dita o ritmo da corrida, independentemente do carro escolhido. À medida que o jogador consegue manter uma corrida limpa, sem esbarrar em adversários ou nas laterais da pista, a sensação que dá é a de alcançarmos velocidades absurdas. 

Existe um modo mais fácil, no qual o jogador pode diminuir em 50% a velocidade do jogo. A dificuldade não muda, no entanto, fica mais fácil reagirmos a alguma eventualidade que possa acontecer. Aos pouco, pegando as manhas do controles, é só voltar para a velocidade normal e se desafiar mais uma vez.

Outrun raiz com algo a mais

Se Horizon Chase Turbo é o equivalente ao que seria Top Gear (e agora um pouco de Super Monaco GP) na atualidade, Slipstream é uma homenagem direta a Outrun, o clássico da Sega.

Os Grand Tours dinâmicos com passagem de tempo, as pistas curtas de volta única que levam o jogador a escolher entre dois caminhos no final, a música que mescla um pouco de sinth wave e jazz para alegrar a jornada, tudo funciona como um lembrete de como os jogos do passado continuam divertidos. Se você nunca jogou Outrun (nem mesmo nos minigames de Yakuza), não há vergonha alguma em começar com Slipstream e desbravar esse mundo posteriormente.

Ao todo são 20 pistas diferentes e alguns adversários pelo meio do caminho. Referências sutis a personagens icônicos da cultura pop, como o “Tofu Boy” serão colocados no seu caminho como adversários dignos de uma corrida.

Os adversários vão ficando mais impiedosos ao longo das corridas – no geral cinco pistas até alcançarmos o final de um Grand Tour. Mas eles também cometem erros, então o esquema é se aproveitar desses momentos e entregar sempre o mais próximo de uma corrida perfeita.

Até aquelas mecânicas de voltar no tempo estão presentes no jogo. Ao som de um VHS sendo rebobinado, podemos retroceder um pouco no tempo para evitar um acidente inesperado ou uma curva mal feita. O engraçado é que em Slipstream parece que essa mecânica funciona melhor que nos demais jogos modernos que ela é vigente.

Desafio de sofá e outros modos

O jogo conta com alguns modos para diversificar a experiência. Um modo torneio com corridas tradicionais, um modo campanha que é possível equipar seu carro para uma melhor performance – esse é bem interessante –, e claro, um modo versus para até quatro jogadores locais com tela dividida.

Os modelos diferentes de veículos à disposição do jogador também funcionam um pouco como um medidor de dificuldade. Quanto mais velozes, mais difíceis de serem controlados na pista, do jeito que os jogos do passado costumavam fazer. Mudanças sutis, assim como nos jogos clássicos.

Slipstream é um daqueles jogos que merecem a sua atenção, seja pelo caráter nostálgico da lembrança de clássicos de outrora, ou pelo simples fato de entregarem uma diversão honesta e fácil de consumir. 

 

■ Jogo: Slipstream   ■ Publicação: Blitworks Games    ■ Desenvolvedora: Ansdor  ■ Plataformas: PS4, PS5, XBox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch, PC    ■ Lançamento: 07/04/2022

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