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Crítica | Star Ocean: The Divine Force

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Quem é fã de JRPG já deve conhecer a franquia Star Ocean de longa data. Sua primeira aparição foi na reta final do saudoso Super Nintendo (SNES), onde chamou muito a atenção dos fãs do gênero, até porque o jogo era extremamente polido e com um sistema de combate inovador para época.

Mas a franquia só veio a brilhar de verdade com o segundo jogo, Star Ocean: The Second Story. Lançado originalmente para PlayStation One, ele expandia ainda mais o enredo do primeiro jogo e trazia a possibilidade de escolher entre dois protagonistas com histórias e pontos de vistas diferentes, uma característica que a série adotou e manteve desde então.

Star Ocean: The Divine Force é o sexto jogo da franquia principal, que tenta resgatar tudo aquilo que fez os fãs se apaixonarem lá no passado, mas fique tranquilo, pois ele não depende de outros jogos e sua trama é fechadinha.

A princesa e o transportador

Como já é tradição na franquia Star Ocean, logo de cara, você tem a opção de escolher entre dois personagens: Raymond Lawrence e Laeticia Aucerius. Enquanto Raymond ou “Ray” (como gosta de ser chamado) é o capitão de uma nave transportadora levando uma carga importante até seu destino, Laeticia é a princesa do Reino de Aucerius, uma nação que vive na sombra de uma guerra iminente.

Assim como no segundo jogo, temos a mistura da fantasia medieval com sci-fi espacial, com Ray caindo no planeta Aster IV, lar de Laeticia. Já a princesa, em contraparte ao transportador, vive em um local extremamente atrasado tecnologicamente, é quase como se ela vivesse na Idade Média.

É de se esperar que em algum ponto da história os caminhos dos protagonistas se cruzassem, quando a nave de Ray é abatida por uma outra e ele é forçado a usar um pod de fuga para Aster IV, onde conhece Laeticia, formando assim uma aliança de benefício mútuo.

E sendo bem sincero, você não tem muitas mudanças na história entre os dois personagens. Talvez as maiores diferenças fiquem por conta de algumas cutscenes e nas conversas individuais entre os protagonistas com os demais integrantes da equipe através das Private Actions.

Essas conversas ocorrem quando você chega em uma nova cidade, onde sua equipe se separa para explorar e fazer coisas  por conta própria nessas ocasiões é possível bordar cada um deles e, assim, estreitar laços de amizades. Quanto mais alto a amizade, cenas extras são acionadas e itens e equipamentos exclusivos são obtidos.

Voando por aí

Em Star Ocena: The Divine Force, você conta com um novo elemento de jogabilidade que te dá muita mobilidade durante os combates, chamado de D.U.M.A. que é uma inteligência artificial em formato esférico e pau pra toda obra. Com D.U.M.A. é possível atravessar o campo de batalha em corridas de alta velocidade, planar e até voar curtas distâncias pelo mapa do jogo.

O jogo não é um mundo aberto, invés disso temos áreas gigantescas a serem exploradas utilizando as habilidades de D.U.M.A., como voar para topo de montanhas, telhado de casas e por aí vai.

Essas habilidades são importantes quando você precisa coletar materiais para a criação de itens e alimentos, bem como os DPs (pontos de D.U.M.A.), que permitem destravar novas habilidades para o robozinho companheiro.

No ritmo de batalha

Assim como nos outros jogos da série, em Divine Force utiliza pontos de ação (ou AP). Você começa com 5 desses pontos, mas conforme vai passando de nível e destravando novas habilidades de D.U.M.A., ganha mais pontos para utilizar nos combates.

Cada ação do seu personagem utiliza uma quantidade de APs que vão regenerando sozinhos durante o combate e são utilizados para combinar golpes fracos, médios e fortes como em um jogo de luta. Você pode montar até três sequências diferente que utilizem três golpes normais ou habilidades mágicas; D.U.M.A. também pode ser incorporado durante as batalhas, ora servindo como escudo, ora como uma investida que te deixa na cara do inimigo.

Você também conta com uma árvore de habilidades individuais para cada personagem, na qual ganha pontos ao subir de nível para destravar novas habilidades como novos golpes, habilidades passivas, buffs (melhorias), mais HP, mais ataques e etc. Cada personagem tem uma gama imensa de habilidades a serem destravadas.

Uma parte não muito legal do sistema de combate é que a perda APs toda vez que você é atingido pelo inimigo. Em uma luta normal, isso acaba não influenciando tanto, mas em batalhas especiais contra chefes isso fica um pouco frustrante. Chefes, em geral, possuem ataques especiais que costumam acertar mais de uma vez seus personagens, fazendo com que, às vezes, você passe de 25 APs pra 5 APs em questão de segundos. E o resultado é que as batalhas contra chefes ficam maçantes e penosas, tirando todo dinamismo e parte da diversão do combate.

The Divine Force também apresenta um minigame bem no estilão do Gwent de The Witcher 3: Wild Hunt, chamado de Es’owa. Ao invés de cartas, temos um tabuleiro no qual são posicionadas as suas peças e elas devem impedir o avanço do inimigo ao mesmo tempo que tenta reduzir o HP deles para zero.

Precisamos falar da performance

Já afundando o dedo na ferida aqui, infelizmente Star Ocean: The Divine Force não tem uma performance boa, mesmo jogando no PC ou num PS5. Ele oferece dois modos de desempenho: qualidade e performance. Em qualidade você tem gráficos em Full HD, mas os FPS (taxa de quadros de animação) despenca bruscamente durante os combates; já o modo performance, por outro lado, aumenta a taxa de FPS (mas não muito, ok?) e diminui significativamente a qualidade da resolução do jogo, principalmente nas Cutscenes.

Essa falta de cuidado com o polimento do jogo nos faz pensar que talvez a empresa responsável pela produção não teve um orçamento bom o suficiente para uma produção desse calibre. Até me dói dizer isso, mas às vezes dava a sensação de estar jogando um RPG da geração PS3 levemente melhorado, por conta do uso da resolução nativa aprimorada.

Será que vale investir nessa aventura?

Star Ocean: The Divine Force é um bom RPG e nada mais do que isso, mas poderia ter sido um ótimo RPG com mais tempo para polimento e, talvez, um orçamento mais robusto. Os combates são envolventes e dinâmicos, e os personagens até que são bem interessantes, apesar da modelagem e do aspecto com pouco inspiração.

A história demora a engrenar, mas acaba sendo legal e sua trilha sonora é bem competente, mas o jogo poderia ter sido grandioso em se tratando de qualidade. Da forma que foi entregue, fica a forte impressão de que ele foi lançado datado.

Outro ponto negativo é que não possui localização em português-BR (nem dublagem ou legendas), o que pode afastar alguns jogadores menos familiarizadas com o idioma — a Square Enix sabe que o Brasil tem um público consumidor hardcore de JRPG, vale a pena investir pelo menos em legendas e abrir ainda mais o leque de possibilidades para novos consumidores.

Entre altos e baixos, quem gosta de um bom JRPG ou curte a franquia, provavelmente vai gostar de The Divine Force, e só nos resta torcer para que futuramente a franquia volte a ter o tratamento que os dois primeiros títulos tiveram para felicidade dos fãs de tanto tempo, quanto encontrar um novo público.

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