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Crítica | Trek to Yomi é um passeio pelo cinema clássico japonês

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Quem não gosta de samurais, não é verdade? O mesmo não se pode dizer do cinema japonês dos anos 50, que muita gente desconhece. No entanto, Trek to Yomi está aí para apresentar um pouco do estilo japonês de fazer cinema ao jogador moderno de forma ágil e divertida, e muito honesto com o que se propõe.

O peso de ser um samurai virtual

Trek to Yomi é o último game produzido pela Flying Wild Hog, empresa responsável por Shadow Warrior 3, um dos grandes jogos de tiro em primeira pessoa de 2022. Desta vez, focado numa experiência mais artística, temos a chance de presenciar a jornada de Hiroki, em busca de se redimir dos seus desejos mais honestos.

O jogo é uma criação de Leonard Menchiari, que decidiu explorar um universo preto e branco para contar uma história que colocasse o jogador como se estivesse num filme de época japonês. Resultado alcançado com louvor e muita coragem, pois quem é que investe no monocromático no qual cabos HDMI oferecem resolução 4K com milhares de cores por segundo?

Sentir o game é mais importante que jogá-lo. Sabe quando nos deparamos com um formato de jogo dinâmico, que não prende o jogador por muito tempo em buscas sem sentido pelo cenário? Trek to Yomi é um jogo de ação lateral e uma pequena dose de exploração, apenas como se cumprisse um papel básico na cartilha de criação de jogo.

Belíssimas coreografias

Vivenciar a história seguindo em frente com Hiroki na procura de uma forma de sair do Yomi e salvar seu vilarejo é muito mais importante. E a dificuldade do jogo fala por si neste aspecto: apesar da escolha entre o “kabuki” (fácil) e o “Kensei” (super difícil), o jogo não tenta prender o jogador em nenhuma batalha dificílima sem um propósito. 

O combate é plástico, rápido e bastante simples para um jogo de ação. A ideia aqui está mais na representação de uma cena de luta clássica de filme do que uma ação estilosa de videogame moderno. As posturas são retiradas diretamente do kendo clássico, os ataques mantém sua forma mais fluída, mas é pouco o que se pode fazer. A melhor estratégia é se utilizar de um parry um tanto quanto desengonçado e esperar a janela de acerto do adversário para desferir um contragolpe poderoso.

Não me entenda errado, o combate não é ruim, mas não deve impressionar os mais hardcores. A maior dificuldade do jogo está em não se deixar cercar pelo adversário. O plano único de ação favorece as investidas de múltiplos inimigos, que navegam tranquilamente entre dois planos adjacentes ao único plano que o jogador pode se movimentar. 

À medida que a história se desenvolve, o jogador ganha mais recursos para o combate. Sempre que bem utilizados, esses novos recursos facilitam bastante a vida do jogador, principalmente contra bandidos que usam armaduras, os mais cansativos de enfrentar.

Viver pelo Dever

A história de Trek to Yomi destaca Hiroki, órfão adotado pelo mestre Sanjuro e guiado no caminho da espada para se tornar um samurai de prestígio no futuro. Ao lado da filha do seu mestre, Aiko, ele vive seus dias em paz, até um grupo de bandidos invadir o vilarejo e acabar com o futuro de muitos.

A partir daquele momento, Hiroki toma a difícil decisão de seguir os passos do seu mestre e servir e proteger o vilarejo em que vive ao lado da sua, agora esposa, Aiko. Os anos passam, a vida vai bem, até que um novo adversário acaba guiando Hiroki para uma armadilha e guiando-o diretamente para o Yomi, algo como o outro mundo (no sentido espiritual) xintoísta.

A jornada de Hiroki torna-se algo espiritual, escolhas precisam ser feitas: seguir seu coração, seus desejos ou seu dever? Isso é passado para o jogador de forma simples, mas eficiente, garantindo sequências inéditas de acordo com a escolha de cada um.

Trek to Yomi é aquele tipo de jogo “comfy”, para se apreciar sem estresse, curtindo a jornada e se sentindo feliz por gostar de videogames. Não é uma experiência inovadora dentro do gênero, mas entrega o prometido: uma viagem ao cinema clássico japonês em grande estilo.

 

■ Jogo: Trek to Yomi   ■ Publicação: Devolver Digital    ■ Desenvolvedora: Flying Wild Hog  ■ Plataformas: PS4, PS5, XBox One, Xbox Series X|S, PC    ■ Lançamento: 05/05/2022

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